Ao terminar este ano, somente devemos confiar em um futuro melhor, em um amanhã mais digno da espécie humana; porém, esse amanhã terá de ser lavrado com nosso esforço, com nossa inteligência e com a sublime aspiração de um destino superior.
Ora o doente concorda que cometeu um erro ao rejeitar o desejo patogênico e aceita total ou parcialmente esse desejo; ora o próprio desejo é orientado para um objetivo mais elevado e por esse motivo, menos sujeito à objeção (é o que chamo de sublimação do desejo); ora reconhece-se que era correto rejeitar o desejo, mas substitui-se o mecanismo automático e portanto insuficiente do recalcamento por um juízo de condenação moral proferido com a ajuda das mais altas instâncias espirituais do homem; é em plena luz que se triunfa sobre o desejo.
Como a natureza nos torna sempre infelizes em todos os estados, nossos desejos figuram um estado de felicidade, porque acrescentam ao estado em que estamos os prazeres do estado em que não estamos; e, acaso chegássemos a esses prazeres, não ficaríamos com isso felizes porque teríamos outros desejos conforme a esse novo estado.
Entre os desejos, alguns são naturais e necessários, outros naturais e não necessários, e outros, nem naturais, nem necessários, mas efeito de opiniões vazias.